Coquetterie ou a arte de não parecer disponível

Blog da Ida Lenir

A sutil arte da conquista é cultivada, creio, desde que nos tornamos humanos. Georg Simmel, sociólogo alemão (1858-1918), mostrou que a sociabilidade reflete os valores de uma determinada época. Para ilustrar sua afirmação, tomou como exemplo a coquetterie dos salões europeus do século XIX.

Naquela época, as moças não poderiam jamais parecer disponíveis, sob pena de não casar, destino considerado por demais trágico para uma mulher. Nos salões, existia todo um jogo de olhares, de desviar esse olhar, de ruborizar, de esconder e mostrar, que a senhorita deveria usar com maestria.

Quando eu era adolescente, em Goiânia, os encontros nas ” matinês” ou nas festinhas reproduziam em muitos aspectos os salões parisienses. Podem rir, mas é isto mesmo. No Brasil Central dos anos sessenta havia muitas regras de como uma “moça de família” deveria se comportar. Caso não obedecesse, ficaria “falada“. Os rapazes faziam de tudo para detonar com…

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