Conheci o delicioso aviú através da minha sogra-mãe Maria de Lourdes. Foi amor à primeira vista; quer dizer, à primeira comida. Do aviú, não da sogra.
O aviú é uma espécie endêmica da região cametaense e santarena. Não sei se há diferença entre o aviú de um lugar para o outro, mas meu ritual introdutório foi em Cametá.
Dona Lourdes me ensinou sua receita de sopa e eu fiz algumas adaptações. Para ser justa, adaptei o tradicional caruru paraense de camarão seco, substituindo este crustáceo pelo aviú e deixando a consistência mais aproximada ao creme.
Quem come diz que é o manjar dos deuses e pede a receita.
Então, vamos ser generosos e deixá-la para a posteridade:
Ingredientes:
1/2 quilo de quiabo
1/2 quilo de aviú seco ou fresco
1 cebola
2 dentes de alho
1 maço de coentro
1 xícara de chá de farinha de mandioca coada.
3 colheres de sopa de azeite de dendê.
3 colheres de azeite de oliva.
Sal e pimenta de cheiro a gosto.
– corte o quiabo em rodelas. Coloque na panela de pressão ( de 5 litros) com sal (se o aviú for fresco e não salgado) e água o suficiente para cobrir. Deixe cozinhar por 20 minutos após pressão. Reserve.
– cate as impurezas do aviú (como se cata feijão ou arroz) e lave bem. Reserve.
– Numa panela tipo de feijoada, refogue, no azeite de dendê e azeite de oliva, a cebola, o alho e a pimenta.
– acrescente, ao refogado, o coentro, o aviú e o quiabo. Deixe cozinhar, mexendo sempre, até o quiabo dissolver. Lembre de completar a água, quando necessário, para não queimar.
– hidrate a farinha de mandioca com 2 xícaras de água e vá acrescentando ao aviú, mexendo vigorosamente com colher de pau, até cozinhar a farinha, por aproximadamente 10 minutos.
Acerte o ponto do sal e da pimenta.
Sirva com coentro fresco picado e azeite de oliva.
Bom apetite!